sábado, 30 de janeiro de 2016

A Ordem dos Livros do Novo Testamento

Os livros que compõe o Novo Testamento não foram organizados em ordem cronológica, mas foram colocados em uma ordem lógica, ou seja, conforme o seu conteúdo temático.
Desta forma temos primeiramente os quatro evangelhos, que registram a vida e ministério de Jesus, bem como sua morte, ressurreição e ascensão. O livro de Atos contém o registro da expansão do cristianismo a partir de Jerusalém até alcançar e se estabelecer em Roma, então a capital do Império Romano. A partir deste pano de fundo histórico temos as correspondências entre os apóstolos e suas comunidades tratando sobre as questões teológicas que geraram controvérsias, bem como, estabelecendo os parâmetros eclesiásticos e disciplinares na convivência comunitária das igrejas. As correspondência paulinas abrem essa divisão, tendo a carta aos Romanos como primeira pelo tamanho e não porque fosse sua primeira carta; Hebreus foi por muito tempo tida como paulina, mas hoje há um consenso de que sua autoria deve ser dada a outrem, por esta razão foi colocada entre as paulinas e as gerais; Tiago abre esta segunda sessão denominadas de cartas gerais, porque não tem um público definido, mas se dirigem a diversos grupos judeu-cristãos espalhados em diversos locais geográficos; fechando o cânon foi colocado o Apocalipse cujo conteúdo se refere à segunda vinda (parousia) de Jesus Cristo e a conclusão da história da Igreja.
Embora seja muito difícil uma conciliação entre os estudiosos na fixação das datas de cada um dos livros, [1] pois em nenhum deles o escritor ou copista teve esta preocupação, optamos abaixo por mencionar uma ordem cronológica de perfil conservador como segue:


Livro
Data (d.C.)
Livro
Data (d.C.)
Tiago
Gálatas
1e 2 Tessalonicenses
Marcos
Mateus  
1 Coríntios
2 Coríntios
Romanos
Lucas
Atos
Colossenses, Efésios
45-49
49
 51
50 ou 60
50 ou 60
55
56
57-58
60
61
60-61
Filipenses   Filemom
1Pedro
1 Timóteo
Tito
Hebreus
2 Pedro
2 Timóteo
Judas
João [evangelho]
1, 2, 3 João
Apocalipse
63
63-64
63-66
63-66
64-68
66
67
68-80
85-90
85-90
90-95
     95</TBODY>

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Referências Bibliográficas
BÁEZ-CAMARGO, Gonzalo. Breve historia del canon bíblico. México: Ediciones Luminar, 1980. 
BRUCE, F.F. ¿Son fidedignos los documentos del Nuevo Testamento? Tradução espanhola de Daniel Hall. Miami: Editorial Caribe, 1972.
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. São Paulo: Hagnos, 2006.
GOODSPEED, Edgard J. Como nos Veio a Bíblia. São Paulo: Imprensa Metodista, 1981.
GEISLER, Normam e NIX, William. Introdução Bíblica – Como a Bíblia Chegou Até Nós.  São Paulo: Ed. Vida, 1997.
WESLEY, Philip (Editor). Origem e autenticidade da Bíblia. 1ª ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1998.






[1] Na introdução individual de cada livro haveremos de discutir com maiores detalhes esta questão da data.

Composição e Arranjo do Novo Testamento

O Novo Testamento é composto de vinte e sete livros escritos por nove autores diferentes. Baseado em suas características literárias, eles estão frequentemente classificados em três grupos:
1. O histórico (os Evangelhos e Atos – 05 livros)
2. O epistolar (Romanos até Judas - 21 livros)
3. O profético (Apocalipse - 01 livro).
O gráfico abaixo ilustra a divisão e enfoca esta classificação tripla dos livros do Novo Testamento.

RESUMO PANORÂMICO
Histórico
 
Os Evangelhos:
Mateus, Marcos, Lucas, João
Manifestação:
Registram a história da vinda do Salvador e Sua pessoa e obra.
Atos
Os Atos do Espírito Sagrado através dos apóstolos
Propagação:
Proclamação da mensagem do Salvador que veio.
Epistolar
Cartas e/ou Epístolas:
Correspondência para igrejas e indivíduos.
Romanos até Judas
Explicação:
Desenvolvendo o significado e da pessoa e obra de Cristo e como isto deveria afetar o viver do Cristão no mundo.
Profético
Apocalipse
A Revelação de Jesus
Cristo o Senhor
Consumação:
Antecipando os eventos do fim dos tempos e a volta do Senhor, seu reinado eterno, e o estado final dos salvos.
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Me. IPG



sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

ZELOTES: Movimento Radical Judaico


Entre os homens que Jesus separou para constituir sua equipe mais pessoal de discípulos, que passaram a serem identificados por apóstolos, encontra-se ao menos um identificado como sendo um zelote – Simão o Zelote (Lucas 6.15 e Atos 1.13).[1] e manteve sua identificação mesmo após ser inserido no grupo apostólico.
Quem foram os zelotes? Revolucionários? Movimento religioso? Abaixo procuro trazer algumas informações que podem ajudar a formar uma concepção mais real desse grupo contemporâneo de Jesus.
Diante da ocupação de sua nação pelo poderoso Império Romano os judeus se dividem em aqueles que se tornam colaboradores e aqueles que resistem. Entre os colaboradores com os romanos estão de forma mais explicita os herodianos [2], partidários de HerodesAntipas e os saduceus, ligados diretamente ao Sumo Sacerdote e ao Templo e que não desejavam irritar os mandatários romanos; dos opositores há os fariseus que resistem de forma menos incisiva e os zelotes que estavam dispostos a ações mais contundentes e até mesmo violentas. Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas. xviii. 1.1,6; B. J. ii.l) refere-se a eles como a “quarta seita de filosofia judaica” (ou seja, em adição aos fariseus, saduceus e essênios) que foi fundada por Judas, o Galileu (cf At 5.37).
            O nome “zelote[3] vem do grego (Znlwtnç) “ser zeloso por, desejar grandemente, alguém zeloso” que pode estar relacionado com a pratica da Torá judaica (SAULNIER e ROLLAND, 1983, p. 55), mas é verdadeiro que essa era uma característica de todos os demais segmentos religiosos judaicos (HORSLEY e HANSON, 1985). Pode-se concordar com Hale quando ele afirma que os zelotes eram extremistas do partido dos fariseus que defendiam a independência da Nação e autonomia plena dos judeus (HALE, 2001, p. 19-20), e não se limitavam apenas ao discurso político, mas estavam dispostos a irem às últimas consequências e à utilização da violência física.
            Há muitas dúvidas sobre sua origem tanto no que concerne a data quanto de que segmento religioso eles se originaram. O movimento dos zelotes parece ter tirado sua inspiração dos asmoneus (ou seja, o Macabeus) e de Finéias (Nm 25.8), neto de Arão. Quando Israel no deserto pecou adorando Baal-Peor, e quando um israelita tomou por esposa uma midianita desrespeitando a Lei de Moisés, foi Finéias, que em seu zelo para com o Senhor matou ambos, aplicando, assim, a ira de Deus para com os rebeldes israelitas (Nm 25.1-15.). Como Finéias, os asmoneanos eram zelosos pela lei de Deus, livrando a terra e o templo de apóstatas (I Macabeus 2.19-28). Alguns os colocam juntos com os sicários;[4] outros compreendem que sua origem está no movimento produzido pelos essênios, um grupo monástico que vivia isoladamente no deserto. Quando optamos apenas pelas informações do historiador judaico Flavio Josefo os zelotes era apenas um grupo terrorista da época.[5] Ainda com base nos relatos do historiador judeu, os zelotes utilizavam um discurso social religioso para camuflar suas ações de espoliação e saques, pois entendia que este enriquecimento era fruto das ligações e comercialização com o Império Romano, alvo de sua ira acumulada.
            Outra forma de interpretar este grupo dos zelotes é enxergá-los como um movimento religioso-político com fortes convicções messiânicas e que esperavam que Israel viesse a ser o centro do governo mundial do Messias. Mas, diferentemente de outros grupos religiosos como os saduceus, fariseus e os essênios, os zelotes estavam dispostos levar suas propostas às últimas consequências.
Na pressa de estabelecer um link do movimento dos zelotes com o movimento cristão, se utiliza o fato de Jesus ter enfatizado em seu ensino aos discípulos a necessidade deles “tomarem a cruz” para poder segui-Lo, visto que a cruz também se constituía em um símbolo que os zelotes impunham aos seus adeptos.[6] Entretanto, um exame ainda que superficial da proposta evangélica de Jesus torna-se evidente que são completamente antagônicas e irreconciliáveis com a proposta libertária político-econômica dos zelotes.[7]
Outra associação se tem feito pelo fato de que os zelotes também eram chamados de "galileus". Judas, o organizador do movimento da liberdade, tanto no livro de Atos (5.37) e em Josefo, recebe a alcunha de "o Galileu". A persistente resistência na Galileia contra Herodes, e a insurreição após sua morte, mostram que esta província era desde cedo um centro revolucionário de oposição ao poder estrangeiro e seus apoiadores. A cidade de Séforis, na Galileia parece ter sido a principal fortaleza em que os Zelotes concentraram suas forças. Era muito natural, que todos os rebeldes em todo o território judeus passassem a ser chamados de "galileus". Jesus Cristo vem justamente dessa região da Galileia e é denominado na narrativa bíblica de Galileu, bem como muitos de seus discípulos (Lc 22.59; 23.6 e Atos 1.11; 2.7).
Por fim, Alguns estudiosos associam Jesus com este movimento fanático, por causa do título sobre a cruz: "Este é o Rei dos Judeus", indicação que Pilatos condenou-o como um nacionalista violento. Entretanto, o todo do ensino e ações de Jesus indica o contrário. Um verdadeiro revolucionário fanático nunca defenderia, "Amai os vossos inimigos" (Mateus 5.44), o pagamento de impostos a César (Mateus 22.21, Marcos 12.17, Lucas 20.25), e ficaria satisfeito com duas espadas (Lucas 22.38), para produzir uma revolta contra o maior império da época.                                                                                     
Aspectos Teológicos dos Zelotes
            Existe uma escassez de informação sobre o pensamento doutrinário ou teológico dos zelotes, mas por advirem do farisaísmo podemos fazer uma aproximação nos aspectos em que se assemelham e destacarmos os aspectos que os distinguem.

 A Relação dos Zelotes com a Lei, o Templo e a Influência Helenista
            Como mencionado acima eles tinham um ferrenho apego à Lei mosaica, no que se assemelha aos fariseus, em que os aspectos não apenas religiosos, mas também os sociais deveriam ser orientados pela observância dessa Lei. A questão da idolatria também era fundamental, pois há somente um Deus verdadeiro e que exige adoração exclusiva. Um diferencial deles com os fariseus está na relação do Templo, que para eles era fundamental e com o qual mantinham fortes laços, pois muitos eram sacerdotes dissidentes. [8] Em concordância com os fariseus eles repudiavam toda e qualquer influência do helenismo na cultura e religião judaica.

O Pensamento Messiânico dos Zelotes
            O messianismo dos Zelotes estava vinculado diretamente à rejeição do jugo romano, dentro da cosmovisão de que Israel era a nação escolhida para reinar com o Messias no Reino Escatológico.[9] Eles levaram esta interpretação ao extremo, de maneira que somente um governo teocrático teria legitimidade e que no caso específico deles o governante seria um Sacerdote, daí a importância que davam ao Templo. Para estabelecer novamente a teocracia, a resistência armada foi sancionada, tal como tinha sido com os Macabeus. Esta mensagem escatológica radical tornou-se o credo de um movimento popular substancial.
            O zelo pela santidade e redenção de Israel exigia uma total devoção à vontade de Deus, uma prontidão para sofrer e até mesmo sacrificar a própria vida. Para eles, a passividade dos contemporâneos em relação ao jugo pagão (Roma) fazia com que a manifestação do Reino dos Céus fosse adiada, o que justificava seus esforços guerrilheiros para remover o jugo romano e apressar a vinda do grande dia.
            Somente esta interpretação escatológica radical poderia explicar o fato de que centenas de zelotes se tornaram mártires quando da invasão dos exércitos romanos sobre Jerusalém, pois com suas mortes eles estavam abrindo o caminho para o Reino eminente de Deus.

 Resumo Histórico do Movimento dos Zelotes
0 d.C. - Eles surgem no início do primeiro século da era cristã como oposição radical contra o governo de Herodes, o Grande.
06 d.C. - Os zelotes, sob a liderança de Judas da Galileia, iniciam uma rebelião como protesto contra Judá que é colocada totalmente sob o domínio romano. A rebelião, foi rapidamente derrotada e muitos de seus líderes foram mortos.
Cerca de 10 a 60 d.C. os zelotes ainda estão ativos em ataques terroristas, mas apenas em pequena escala.
66 d.C. - Os zelotes são centrais na organização da revolta contra os romanos.
70 d.C. - A rebelião judaica em Jerusalém é esmagada, e com ela a maior parte dos zelotes são mortos.
73 d.C. - Com a queda de Jerusalém, um grupo de Zelotes se refugiam e resistem na Fortaleza de Massada 10] onde finalmente são derrotados pelos exércitos romanos, e cometem suicídio coletivo. Mas isso não representa o fim dos zelotes, pois havia vários pequenos grupos em torno da Palestina que continuou a ser ativo.
2º séc. d.C. - Últimos relatórios de atividade dos Zelotes.


Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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Referências Bibliográficas
ANDRADE, Claudionor de. Geografia Bíblica: a geografia da Terra Santa é uma das maneiras mais emocionantes de se entender a história sagrada. 13ª. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
BRANDON, Samuel George Frederick. Jesus and the Zealots – a study of the political fator in primitive christianity. New York: Charles Scribner’s Sons, 1967.
BRIGTH, Jonh. História de Israel. 7ª. ed. São Paulo: Paulus, 2003.
DOUGLAS, J. D. O Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1995.
HALE, Broadus David. Introdução ao Estudo do Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2001.
HORSLEY, Richard A. & HANSON, John S. Bandidos, profetas e messias: movimentos populares no tempo de Jesus. 2 ed. São Paulo: Paulus, 1995.
JEREMIAS, Joachim. Jerusalém no Tempo de Jesus: pesquisa de história econômico-social no período neotestamentário. 4 ed. São Paulo: Paulus, 1983.
LOPES, Augustus Nicodemus. A Bíblia e seus intérpretes: uma breve história da interpretação. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
OTZEN, Benedikt. O Judaísmo na Antiguidade: a História política e as correntes religiosas de Alexandre Magno até o Imperador Adriano. São Paulo: Paulinas, 2003.
PIXLEY, Jorge. A História de Israel a partir dos pobres. 9ª ed. Petrópolis: Vozes,
2004.
SAULNIER, Christiane & ROLLAND, Bernard. A Palestina nos tempos de Jesus. 7ª
ed. São Paulo: Paulinas, 1983.
SCARDELAI, Donizete. Da religião bíblica ao judaísmo rabínico: origens da religião de Israel e seus desdobramentos na história do povo judeu. São Paulo: Paulus, 2008.
SCHUBERT, Kurt. Os Partidos Religiosos Hebraicos da época Neotestamentária. 2 ed. São Paulo: Paulinas, 1979.
STEGEMANN, Ekkehard W. e STEGEMANN, Wolfgang. História social do protocristianismo. São Leopoldo, RS: Sinodal; São Paulo: Paulus, 2004.
ZEITLIN, Irving M. Jesus and the Judaism of his time. John Wiley & Sons, 2013.
Contexto Histórico-Social, Político, Religioso e Cultural no Livro de Atos. Disponível em
< http://www.geocities.ws/joshuaibg/textos/contexto_historico_atos.htm >. Acesso em
21/09/2014.
Dicionário Bíblico. Disponível em
<http://www.bibliaonline.net. Acesso em 21/03/2014.
SILVA, Andréia Cristina Lopes Frazão da. A Palestina no Século I d. C.
Disponível em < http://ejesus.com.br/a-palestina-no-seculo-i-d-c/>. Acesso em
29/08/2014.

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[1] As narrativas evangélicas são econômicas quanto aos detalhes biográficos de Simão. As listas apostólicas (Mt 10.2-4, Mc 3-16-19, Lc 6.13-16 e At 1.13) encerram tudo o que sabemos, biblicamente, acerca de Simão. Informações históricas difíceis de serem atestadas indicam que era da pequena Cana da Galiléia e um dos prováveis convidados da festa de casamento onde Jesus realizou o primeiro milagre; o texto apócrifo do Evangelho dos Ebioniotas o coloca entre os primeiros discípulos chamados à beira mar na Galiléia; outra informação o coloca entre os pastores que ouviram o anuncio do nascimento do Salvador; Doroteu, bispo de Tiro, declara: “Pregou a Cristo através de toda Mauritânia e África Menor. Foi, por fim, crucificado, dilacerado e enterrado na Britânia”.
[2] Este grupo gravitava ao redor de Herodes Antipas, que era nomeado pelo Imperador Romano. Os herodianos viam em Jesus uma ameaça ao governo de seu bem feitor, por isso sempre tratavam Jesus com hostilidade (Mt 22.16; Mc 3.6; 12,13).
[3] Em relação ao termo “zelote” de origem grega utilizado por Josefo, Martin Hengel observou que na Septuaginta as palavras hebraicas “El Kannai” ("Deus zeloso") são traduzidos como “Theos zelote”, a palavra zelote na literatura grega em geral tem uma conotação moral que é retida na Septuaginta, a tradução helenístico judaica da Bíblia Hebraica. Entretanto, a palavra, tinha um significado distinto na Cultura judaica da época, para a qual não existe equivalente grego, ou seja, devoto e zeloso são sinônimas de religioso. Assim, tornou-se o nome de um "partido" que era zeloso por Deus.
[4] Autores como Smith, Rhoads, Horsley, Crossan e outros, consideram os “sicários” e “zelotes” como movimentos independentes (STEGEMANN, 2004, p. 202).
[5] Ele chama-os de "salteadores" e de "bandidos" em suas várias citações e somente na insurreição judaica de 66 d.C. ele os chama pela primeira vez de "zelotas". Porém, no entendimento de Pixley (2004, p. 127) Flavio Josefo tem uma má vontade por não simpatizar-se com os zelotas, ainda que reconheça o papel deles quando da guerra contra os romanos. Outro fato é que Josefo desejava desvincular os zelotes do movimento dos fariseus.
[6] No período de 6-66 d.C., o movimento zelote, ganhou mais e mais adeptos, o que levou os estudiosos, a partir da proposta de Hermann Samuel Reimarus, no século XVIII, de associar Jesus com este movimento.
[7] Como uma das ironias da história, a narrativa evangélica lucana coloca o nascimento de Jesus no momento em que o Império Romano, ano 06 d.C., decreta o censo por toda Judéia como marco do pleno domínio sobre eles. Este censo tinha como objetivo determinar a quantia de tributos que os judeus deveriam pagar a Roma, de maneira que provocava na população um espírito de humilhação por sua sujeição a uma potência estrangeira, que vai incitar e nutrir o movimento dos Zelotes. (BRANDON, 1967, p. 26).
[8] Horsley discorda dessa associação imediata entre os Zelotes e sua origem sacerdotal, pois entende que o “zelo” pelo Templo foi circunstancial, uma vez que foram forçados a utilizar o Templo como refugio, quando acossados pelas autoridades judaicas e romanas em Jerusalém. (1995, p.229).
[9] Judas Galileu organizou um movimento que se fundamentava: a) no reinado exclusivo de Deus e, b) o ser humano deveria colaborar com Deus, evitando qualquer outro domínio.
[10] Massada, que, provavelmente, significa "lugar seguro" ou "fortaleza", é um imponente planalto escarpado, situado no litoral sudoeste do Mar Morto. O local é uma fortaleza natural, com penhascos íngremes e terreno acidentado. Na parte leste, a face do penhasco se eleva 400 metros acima da planície circundante. O acesso só é possível através de uma difícil trilha que serpenteia pela montanha.



GLOSSÁRIO BÍBLICO A-D [Ampliado]

Aarão: Irmão mais velho de Moisés e uma das principais figuras dos acontecimentos do Êxodo. Quando da construção do Tabernáculo, Arão e seus descendentes foram separados e consagrados para o ofício sacerdotal. Morreu no Monte Hor, na fronteira de Edom (Iduméia), com a idade de 123 anos.
Aaronitas: descendentes imediatos de Arão, primeiro sumo-sacerdote, instituído por Moisés ainda no deserto. Seus descendentes receberam treze cidades (levitas), quando adentraram os limites de Canaã, nos dias de Josué.    
Ab: Quinto mês do ano civil judaico e 11º do ano religioso. Tem 30 dias e cai em julho-agosto. O dia Nove de Ab é dedicado a um jejum para lembrar a destruição do Primeiro e do Segundo Templos.  Se o dia nove cai em um sábado, as comemorações são adiadas para o dia seguinte. As são ornamentadas e os fiéis assentam-se em bancos baixos ou no chão. Nesse dia é lido o livro de lamentações de Jeremias.
Abel: Segundo filho de Adão e Eva. Era pastor, enquanto seu irmão era agricultor (Gn 4.2). Quando oferecem oferta a Deus, a de Abel foi aceita e a de Caim rejeitada, gerando amargura e ressentimento ao ponto de Caim matar Abel. Esse é o primeiro assassinato nas Escrituras.
Abiatar: Filho de Aimeleque, sumo sacerdote em Nobe. Ele foi o décimo sumo sacerdote e o quarto na descendência de Eli. Escapou do massacre efetuado por Saul e se refugiou com Davi, na caverna de Adulão, levando consigo a éfode, veste sacerdotal (1Sm 22.20-23; 23.6). Posteriormente o rei Davi o nomeou sumo sacerdote (1Sm 15.11; 1Rs 2.26). Durante a rebelião efetuada por Absalão, Abiatar manteve-se fiel a Davi. Todavia, no inicio do reinado de Salomão ele foi destituído de sua função sacerdotal (única ocorrência histórica) e banido para sua casa em Anatote, e o sacerdócio passou para a família de Itamar. Ele acaba apoiando uma rebelião em Shechem e acabou sendo assassinado durante a revolta. 
Abigail: Foi esposa de Nabal, comerciante rico no monte Carmelo, que se recusou a ajudar Davi, quando fugia de Saul. Antes de Davi se enfurecer Abigail levou escondidos os mantimentos solicitados acalmando a ira de Davi. Ficando viúva veio a se casar com o próprio rei Davi, tendo um filho chamado Quileabe (2Sm 3.3; mas chamado de Daniel em 1Cr 3.1-2).
Ablução: Termo usado para designar a lavagem ritual religiosa destinada a remover simbolicamente as impurezas do ofertante antes da prática de atos religiosos ou depois de contato com coisas consideradas impuras. No contexto judaico de Jesus havia ao menos três tipos de ablução: a) imersão completa; b) lavagem dos pés e das mãos (Jesus na última ceia); c) lavagem das mãos (antes de qualquer refeição e ou orações).
Abraão: O primeiro patriarca do povo de Israel. Antes de ser chamado Abraão, seu nome era Abrão. Ele viveu uma vida nômade com sua esposa Sara e dela já na velhice teve um filho chamado Isaque que era cumprimento da promessa de Deus dentro da Aliança que havia sido estabelecida. Abraão teve outros filhos, sendo Ismael o mais conhecido (Gn 11.27-12.8; 15.1-21; 17.5).
A.C. [A.C.]: sigla para designar a divisão da história utilizando o surgimento de Cristo, prevaleceu por muitos séculos em todas as áreas do saber, mas atualmente tem sido muito questionado e outras opções têm sido utilizadas.
Acróstico: forma literária ou poética onde as letras utilizadas para iniciar versos ou estrofes, podem quando lido de cima para baixo formarem uma palavra, uma frase ou reproduzirem o alfabeto. O Salmo 119 foi elaborado em forma acrostica, pois cada verso inicia-se com uma letra do alfabeto hebraico. Outro exemplo é o poema que esta no livro de Lamentações (capto. 3).
Acrópole: (em grego clássico: ἀκρόπολις, composto de ἄκρος, "extremo, alto", e πόλις, "cidade") é a parte do estado construída nas partes mais altas do relevo da região. A posição tem tanto valor simbólico (elevar e enobrecer os valores humanos) como estratégico, pois dali podia ser melhor defendida.
Acrocorinto: "Corinto superior", a acrópole da Antiga cidade de Corinto, é uma rocha monolítica com vista para a antiga cidade de Corinto, na Grécia Antiga. "É a mais impressionante das acrópoles da Grécia continental".
Adoção: O ensino bíblico de que todo crente é "colocando como filho", enfatizando os direitos e privilégios dele em decorrência de sua nova posição em Cristo.
Adonai: um dos nomes de Deus na Bíblia. Significa "meu Senhor" e se constitui em um plural majestoso. Os israelitas o pronunciavam no lugar de "Yahvé" o nome pelo qual Deus se revelou a Moisés e se relaciona diretamente à Aliança. A Vulgata Latina emprega o substantivo "Dominus" (O Senhor), que tem o sentido de domínio, posse, soberania e árbitro.
Advento: Relacionado à vinda de Cristo. O primeiro advento refere-se à encarnação e o segundo advento relaciona-se à sua volta em poder e glória.   
A.E.C: "antes da era comum" nova forma de identificar os eventos históricos, substituindo o tradicional A.C. (antes de Cristo). A expressão "era comum" é o período histórico compartilhando tanto pelos judeus quanto pelos cristãos. Nos centros acadêmicos a tendência atual é utilizar A.E.C. em lugar de a.C. 
Afia: Paulo se refere a ela como nossa "a irmã" na pequena carta dirigida a Filemom. Alguns estudiosos especulam que ela era a esposa de Filemom e a mãe ou irmã de Arquipo em cuja casa abrigava-se uma comunidade cristã e que ela exercia liderança nessa comunidade caseira, daí a menção dela na saudação inicial da correspondência paulina. Na igreja grega, 22 de novembro é reservado para sua memória.
Aforismo: vem do grego e se refere a uma afirmação ou formulação de uma verdade. Os provérbios são exemplos e Jesus os utiliza de forma didática (Mt 6.21).
Agitadores: Este termo é aplicado especialmente para aqueles que Paulo sentiu que estavam “agitando” os novos convertidos da região da Galácia (5.12).
Agnóstico: Derivado dos vocábulos gregos “gnostos” (conhecimento), com o prefixo de negação “a”, portanto, “aquele que não conhece e/ou reconhece a existência Deus existe”.
Ágora: refere-se à Praça central nas cidades gregas, muitas vezes traduzidas por "mercado", pois normalmente fluía ao seu redor os prédios públicos, templos e o comercio em geral. Foram nestas praças (Ágora) que os missionários cristãos anunciavam sua mensagem evangélica (Atos 16.19; 17.17).
Alef (א): Primeira letra do alfabeto hebraico. Corresponde ao Alif árabe, ao Alaf sírio e ao Alfa grego, na transliteração para o português não é uma vogal, mas uma consoante pronunciada com tom glótico e nos últimos tempos tornou-se uma letra completamente muda e sendo empregada como uma vogal para indicar um “a” longo (como em “carro”).  O nome significa “boi” e, na forma mais antiga da escrita hebraica, a letra tinha a forma de uma cabeça-de-boi. A raiz (ףלא) vem da raiz לא (El) e na bíblia hebraica é utilizada para se referir a “Deus” ou “deus”. Alef e Tav são a primeira e a última letra do alfabeto hebraico e a expressão de “alef a tav” significa “do começo ao fim”.
Alexandria: Fundada por Alexandre, o Grande, 332 A.C., sucessivamente a capital grega, romana e cristã do Baixo Egito. Além de seus portos estrategicamente fundamentais para as campanhas de Alexandre, também se tornou um centro cultural e acadêmico que não deixava nada a desejar aos da própria Grécia. Foi em Alexandria onde nasceu helenismo: a fusão de culturas oriental, egípcia e grega deu origem a uma nova civilização e cuja influência ainda hoje é sentida no Ocidente.
Alexandria [Escola Hermenêutica]:  Será em Alexandria que se formara a primeira Escola de Hermenêutica Bíblica e que influenciara grandemente a interpretação dos textos bíblicos. Eles adaptaram o método alegórico como ferramenta para interpretar os textos bíblicos mais complexos, mas posteriormente as alegorias extrapolaram o sentido real dos textos sacros. A Escola Hermenêutica de Alexandria contou com valiosa colaboração de famosos alunos e professores, entre os quais  Clemente, Origines, Dionísio, Atanásio e outros.
Altar: Uma plataforma elevada para oferecer sacrifícios. A fumaça produzida pela oferta a ser queimada simbolizava o aroma aceitável a Deus. Os primeiros altares, como erigidos por Abraão era de pedra bruta; posteriormente, no período do Tabernáculo passaram a ser de madeira e revestimento de metal (Gn 8.20; Lv 1.5).
Altar de Bronze: Peça do mobiliário do Tabernáculo e foi construído a partir de madeira coberto com bronze. Tinha cinco côvados, pouco mais de dois metros, de comprimento por cinco de largura e três, quase um metro e meio, de altura. Os quatro cantos tinham quatro peças em forma de chifres. Estava equipado com argolas e varas para poder ser transportado. Ficava no pátio do Tabernáculo e era utilizado apenas pelos sacerdotes (Ex 27.1-8).
 Altar do Incenso: O altar do incenso era feito de madeira de acácia, com as dimensões de um côvado por um por dois, e em suas extremidades tinham peças com formato de chifres. A parte superior e as laterais eram revestidas de ouro e cercadas por uma coroa ou aro de ouro. Tinha argolas e varas recobertas de ouro para poder ser carregada. Era posicionada em frente do véu que separava o lugar onde ficava a Arca da Aliança. Também utilizado apenas pelos sacerdotes (Ex 30.1-10).
Alfa e Ômega: Primeira e última letra do alfabeto grego. A expressão refere-se à eternidade de Deus, no livro do Apocalipse “primeiro e último” descreve a divindade de Jesus Cristo (Ap 1.8; 21.6; 22.13; cf. Is 44.6).     
Alfabeto Hebraico: difere do nosso por ser constituído apenas de consoantes (em número de vinte e duas). As ausências das vogais é suprida por fonemas indicadas por marcas diacríticas de pontos e traços colocados acima e abaixo das consoantes. Dos sons de vogais cinco são longos e outros cinco são breves. Esse alfabeto não advém dos primitivos israelitas (Abraão ou Moisés), mas da língua irmã o aramaico.             
Aliança: vem do termo hebraico "berit", que se refere a uma aliança entre duas pessoas ou entre uma pessoa e Deus. Normalmente se refere a um acordo em que ambas as partes assumem direitos e deveres. Na bíblia torna-se um conceito teológico fundamental para se compreender a relação de Deus e seu povo, que no Antigo Testamento se refere a Israel e no Novo Testamento à Igreja, o novo Israel da nova Aliança. A grande diferença é que Deus nunca quebra a sua Aliança, mesmo quando seu povo a quebra.
Aliança Abraâmica: Uma aliança anterior a feita através de Moisés, na qual Deus prometeu fazer a partir de Abraão uma grande posteridade, prover-lhes uma terra e abençoa-los (Gn 12.1–3).
Amalequitas: Um dos povos que viveu perto da terra de Canaã antes que o povo de Israel a ocupasse, eram nômades e viveram principalmente na região sul e leste do Mar Morto - o Neguebe. Eles atacaram o povo de Israel quando estavam saindo do Egito e desde então eram considerados inimigos de Israel. Deus ordenou que o povo de Israel destruísse completamente os amalequitas, mas somente durante o reinado de Ezequias, rei de Judá, eles foram completamente aniquilados (Ex 17.8-16; Dt 25.7-19; 1Sm 15.2, 30.1-5; 1Cr 4.43).
Amanuense: Uma espécie de secretário contratado para escrever cartas ou documentos legais, ou fazer cópias de textos. A palavra amanuense provém do latim “amanuensis”, por sua vez derivado da expressão latina "ab manu" (à mão). O apóstolo Paulo se utilizou com certa frequência dos serviços desses amanuenses, principalmente nos períodos de seus últimos aprisionamentos quando sua visão já estava prejudicada.
Amém: Muitas vezes usado para concluir orações e significa “que assim seja” é derivado de uma raiz hebraica composta por três letras (alef, mem e num – ןמֵאָ) que significa “firmeza, solidez, segurança (fé)”. Desta forma, ao se proclamar “amém” assume-se a responsabilidade de que aquilo que está sendo confirmado é autentico e deve ser plenamente realizado (Nm. 5.22; Dt. 27.15-26; Jr 11.5).
Amilenismo: O ensinamento de que não haverá literal milênio após o retorno de Cristo à terra, mas que o “milênio” é o período entre a primeira e a segunda vinda de Jesus Cristo à terra.
Amiraldismo (amialralismo): Um sistema teológico conhecido como Escola de Saumur, pois Moise Amyraut (1596-1664) era um de seus professores. Ele defende um calvinismo de quatro pontos eliminando a expiação limitada. Faz parte dos vários sistemas universalistas hipotéticos: “Predestinação Universal Hipotética,” “Pós-Redencionista,” “Universalismo Hipotético,” “Universalismo Hipotético da divina graça”. Os arminianos se afirmam Redencionistas.
Amonitas: Os descendentes de Ben-Ammi, o filho nascido do incesto de Ló (sobrinho de Abraão) e sua filha mais nova. Eles habitaram a leste do rio Jordão se constituindo em uma tribo aramaica que se estabeleceu na parte superior do Rio Jaboque, além do lago de Tiberíades (a moderna cidade de Amã, capital do Reino Hachemita da Jordânia, preserva a memória deles) e um território que antes havia pertencido aos refaítas. Desenvolveram um idioma vindo do mesmo tronco linguístico do hebraico e do aramaico e apesar do parentesco distante eram contumazes inimigos de Israel. Os amonitas adoravam o deus Moloque e foram eles que contrataram o profeta Balaão para amaldiçoar Israel. Eles foram definitivamente excluídos das relações com Israel (Gn 19.30-38; Nm 22.1-6; Dt 23.3-6).
Amorreus (Amoritas): Um povo descendente de Emer, o quarto filho de Canaã (Gn 10.16). Um povo cananeu que havia sido aparentemente o maior e mais poderoso de todos, e cujo nome às vezes é usado em sentido amplo para englobar todas as outras tribos canaanitas. Os Amorreus tentaram impedir o êxodo israelita quando de sua jornada para Canaã, mas foram derrotados, e seu território foi tomado dividido entre as tribos de Judá, Rubem e Gade (Gn 10.16; 15.16; Nm 13.29; 21.13-34; Ez 16.3).
Ananias: Um cristão da cidade de Damasco mencionado em Atos 9 e 22, que orientado por Deus orou para que a visão de Saulo de Tarso (perseguidor dos cristãos) fosse restaurada após seu encontro com o Jesus Cristo ressuscitado.
Anaquins: Os anaquins eram particularmente fortes e altos e habitaram as regiões montanhosas de Canaã, bem como algumas áreas costeiras, especialmente no sul. Em certo tempo, três homens se destacaram entre dos anaquins, Aimã, Sesai e Talmai, eles habitavam em Hébron (ou Quiriate-Arba)  e foi aqui que os espias israelitas os viram e se sentiram como gafanhotos comparados a eles e alegaram que tais homens eram descendentes dos nefilins antediluvianos. Sua força, evidentemente, motivou o dito proverbial: “Quem se pode manter firme diante dos filhos de Anaque?” Depois de serem derrotados por Josué e Calebe os remanescentes se espalharam pela região de Gaza, Gate e Ashdod (Nm 13.22,33; Dt 1.28; 2.10,11,21; 9.2; Js 11.21,22; 14. 12,15; 15. 13,14; 21.11). 
Andrônico: Paulo o saúda em Rm 16.7. Ele é provavelmente o marido de Júnia, com Paulo se referindo a eles como “destacados entre os apóstolos” (embora isso às vezes seja contestado). Ele era um seguidor de Jesus antes de Paulo e estava na prisão com Paulo.       
Anjo: Um ser sobrenatural servindo a Deus e sendo mensageiro da vontade de Deus as pessoas. O termo pode se referir a pessoas, e nesse caso seria normalmente traduzida simplesmente como 'mensageiro', filhos de Deus (Gn 16.7-11; 19.1-29; 22.1-18; Sl 148.1-4). 
Ano Sabático: de acordo com as leis registradas no livro de Levítico a cada sete anos, deveria haver um "Sabath" - um ano de "solene repouso" para o solo da terra de Israel (Lv 25.4). Alexandre, o Grande, inteligentemente suspendeu os impostos durante o ano sabático, todavia, os procônsul romanos foram intransigentes. [agrônomos provaram que este descanso da terra é fundamental para a preservação da qualidade do solo].
Antropológico (Argumento): Vem da palavra grega “anthropos”, que significa "homem". Porque o homem é um ser moral que possui consciência, intelecto, emoção e vontade, Deus deve ter criado o homem com Sua natureza moral.
Anticristo: Um termo que se refere a qualquer um que nega a genuína encarnação de Jesus. É um termo popular usado para descrever aquele que vai assumir um governo mundial e que as Escrituras chamam de Besta (Ap 13.1).
Antinomiano [antinomianismo]: (ou seja, "anti" e "nomian", de nomos ou "lei"). Esta interpretação ensinava que os cristãos, tendo sido libertados da lei (se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres), não precisam se preocupar com seu comportamento de forma alguma. Ensinavam que ser libertado da lei significava que alguém pode se entregar ao pecado e, no processo, aumentar a reputação de Deus como um Deus misericordioso que redime pecadores onde abundou o pecado superabundou a graça). O apostolo Paulo se opôs de forma contundente a essa visão (Romanos 6).
Antropomórfico: é o termo que se utiliza quando o escritor bíblico atribui qualidades humanas à Deus (ex. os olhos de Deus; a mão do Senhor, etc...).
Apócrifo: identifica toda a literatura extrabíblica, ou seja, aqueles livros religiosos que não foram incluídos no cânon tanto do Antigo Testamento quanto do Novo Testamento. Alguns desses livros foram incluídos no cânon bíblico católico e ortodoxo.
Apolo: um judeu culto de Alexandria que se tornou um líder poderoso nas comunidades cristãs. Alguns cristãos coríntios achavam que ele era especialmente impressionante. Ele é mencionado principalmente em 1 Coríntios 1-4 e Atos 18-19.
Apóstolo: A palavra é empregada em dois sentidos: (1) no sentido restrito denota alguém que seguiu a Cristo por todo o Seu ministério; portanto, é limitado aos Doze e, de uma maneira especial, a Paulo; (2) no sentido amplo é um dom e se refere a todo àquele que é enviado ou designado para uma missão.
Áquila: o marido de Priscila (também conhecida como Prisca); ambos eram companheiros evangelistas próximos de Paulo e por um período trabalharam juntos fazendo tendas para o sustento deles. São mencionados em Atos 18, Romanos 16, 1 Coríntios 16 e 2 Timóteo 4.
Áquila [α´]: uma tradução bem literal do Antigo Testamento para o grego, datada próximo de 130 d.C. e foi incluída na terceira coluna da Héxapla.
Arábia: Paulo relata em Gal 1.17 que após sua conversão ele foi para a Arábia, presumivelmente o reino nabateu localizado ao sul de Damasco e a leste do Rio Jordão, onde permaneceu por um período até que Barnabé fosse chama-lo para trabalhar em Antioquia.
Aramaico: é uma das línguas semitas e que compartilha de muitas semelhanças com o hebraico. Alguns textos bíblicos utilizam essa língua (ex. Gn 31.47b; Ed 4.8-6.18; 7.12-26; Jr 10.11b; Dn 2.4b-7.28). O termo se refere ao povo arameu, nome pré-helenístico da Síria, Arã. Eles não estabeleceram um império poderoso, mas seu idioma predominou sobre todos os povos da região do Oriente Próximo e a razão é que criaram um sistema alfabético em substituição ao sistema cuneiforme até então utilizado. Após o exílio babilônico, quando a língua hebraica entrou em declínio, o aramaico se tornou o principal idioma do judaísmo, inclusive na Judeia, como fica evidenciado nas literaturas do Mishnah, Midrash e Talmud. Jesus e seus discípulos utilizaram o aramaico para se comunicar nas diversas regiões judaicas.
Arca da Aliança: era a caixa no qual Moisés depositou as tábuas de pedra contendo os termos da Aliança estabelecida por Deus com os israelitas, no monte Sinai. Demarcava também a presença gloriosa de Deus no meio de Seu povo. Temos o registro do desenho e da construção dela no capítulo 25 do livro do Êxodo. A Arca desapareceu completamente.
Arca da Lei: é um simples armário, forrado por dentro com seda ou veludo, no qual se guarda, em posição vertical, o Rolo da Lei [Pentateuco], em pergaminho (Sefer Torah). É a peça mais importante em um Sinagoga.      
Arquipo: um membro da igreja de Colossos o qual Paulo se refere como sendo um “companheiro” no trabalho evangelístico em Filemom 2 e o anima em Colossenses 4.17 a “completar o ministério que recebera no Senhor”.            
Asmoneus [Hasmoneus]: é o nome de uma família judaica (os Macabeus) e seus descendentes que iniciaram uma grande rebelião contra o domínio sírio em 167 a.C. e que em parte está registrada nos livros de Macabeus (1Mb 14.25-45) e do historiador Josefo (in Antiq. 20.8.11); ver vocábulo Macabeus.
Astarote [Astorete]: era a principal deusa do panteão canaanita. Ela controlava o mar e era consorte de Baal, deus da fertilidade e da agricultura. Os altares de Astarote se espalhavam por todo o Antigo Oriente Próximo. A adoração de Astarote existia possivelmente em Canaã já desde o tempo de Abraão, pois uma das cidades ali era chamada “Astarote-Carnaim”,  também é mencionada uma cidade “Astarote”, morada do gigante Rei Ogue de Basã, o que pode indicar que esta cidade talvez fosse um centro de adoração da deusa. Apesar de toda advertência de Deus, os israelitas acabaram se deixando seduzir por esses cultos a Astarote, inclusive levantando altares e prestando-lhe cultos. Salomão foi o responsável pela entrada dessa deusa em Israel, bem como de outras divindades pagãs. O grande atrativo desse culto canaanita eram seus rituais de fertilidade regadas a sexo com suas prostitutas sacerdotais (Gn 14.5; Dt 1.4; Js 9.10; 12.4; 1Rs 11.5, 33; 2Rs 23:13).       
Assíria: Um poderoso império cuja capital Nínive estava localizada no norte do Iraque. Em 722 a.C. os assírios conquistaram o Reino do Norte (Israel), cuja capital era Samaria e levaram a maioria da população sobrevivente como cativos. A política assíria era a transmutação de povos e por isso trouxeram outros povos para habitarem em Israel. Os israelitas que permaneceram acabaram se casando com esses estrangeiros, dando origem ao desprezo dos judeus em relação à população samaritana. Os assírios também atacaram Judá (Reino do Sul), mas não tiveram sucesso. Foi para Nínive que o profetas Jonas foi enviado a pregar o arrependimento, mas algumas gerações depois Nínive foi completamente destruída por seus inimigos (2Rs 18.9-19: 36; Jonas).
Atenas: uma cidade renomada no sul da Grécia. Saindo às pressas de Tessalônica Paulo faz uma estadia nesta cidade. Dali, Timóteo foi enviado de volta para Tessalônica (1 Tes 3.1), para saber como estavam os irmãos daquela igreja. Atos 17 relata que Paulo se dirigiu ao Areópago quando estava em Atenas. Os resultados da pregação de Paulo neste centro filosófico e acadêmico grego foi muito restrito.
Autógrafo: é o termo que se refere à edição original de um trabalho particular, escrito ou ditado pelo autor. É a primeira cópia da qual todas as cópias seriam mais tarde reproduzidas.
Baal: Deus cananeu considerado o senhor do céu e aquele que controlava chuvas e fertilidade. A palavra hebraica significa “dono; amo; esposo”. O plural Baalins refere-se às diversas deidades locais e/ou regionais consideradas como donos ou possuidores de certos lugares, e como tendo influência sobre eles. Em sua profunda decadência religiosa os judeus chamaram Baal de “meu dono” e somente depois do Cativeiro Babilônico eles abandonaram todas e quaisquer expressões de idolatria (1Rs 18.21; Is 54.5; Os 2.9-17).
Babilônia: Um poderoso império cuja capital, Babilônia, estava localizada no que hoje é o sul do Iraque. Em 586 a.C. os babilônios conquistaram o Reino do Sul (Judá), cuja capital era Jerusalém e levaram a maioria dos sobreviventes como cativos para morar na Babilônia. A linda cidade de Jerusalém e o riquíssimo Templo foram completamente destruídos. Somente após essa experiência traumática é que os judeus rejeitaram todas e quaisquer expressões de idolatria (2Rs 25.1-12).
Basã: Uma grande região ao leste do mar da Galiléia. Aparece na bíblia pela primeira vez em Gn 14.5 nos dias de Abraão. Quando os israelitas liderado por Josué conquistaram Canaã, o rei Ogue de Basã e último remanescente dos homens gigantescos daquela região, foi derrotado e morto e o território foi ocupado pela tribo de Manasses e uma parte coube à tribo de Gade (Nm 21.33-35; Dt 3.1-3,11; Js 13.12, 29-31; 17.1,5; 1Cr 5.11,16,23).
Bênção: As várias formas das palavras hebraicas geralmente traduzidas “abençoar” (“bendizer”) ou “bênção” ocorrem cerca de 400 vezes nas Escrituras. O verbo barákh é usualmente traduzido “abençoar” ou “bendizer”, desta forma quando Deus nos abençoa e nós respondemos bendizendo ao Senhor – no hebraico é a mesma palavra. O propósito de Deus ao estabelecer Sua Aliança é de poder novamente abençoar o ser humano – as palavras de Deus a Abraão sintetizam esse propósito: “Seja você uma bênção para todas as famílias da terra” (Gn 12.3) e esse propósito de Deus se realiza plenamente na vida e obra de Jesus Cristo (Gl 3.8-14). A conclusão de todo o Projeto Salvífico de Deus é o fim da maldição (Ap 22.3) e a eterna bênção dos redimidos ( Ap 20.6; 22.7).
Bronze (Mar): Era uma enorme bacia redonda de bronze que no templo salomônico ficava entre o altar e a varanda. Tinha mais de dois metros de altura, e a sua abertura na parte de cima tinha a circunferência de treze metros e meio. Do registro bíblico sabemos que a imensa quantidade de água que continha chegava perto de 760 hectolitros, ao passo que a sua capacidade total era de perto de 1.140 hectolitros.  Apoiava-se nas costas de doze bois de bronze, que em grupos de três indicavam as quatro direções da bússola. Foi destruída e tomada pelos babilônios quando Jerusalém foi capturada em 587 aC. Esta pia deveria ser usada pelos sacerdotes israelitas para lavar as mãos e os pés quando eles entrassem no santuário, bem como para lavarem o sangue dos sacrifícios (mar de fundição em 1Rs 7.23; 2Cr 4.2; mar de bronze em 2Rs 25.13; 1Cr 18.8; Jr 52.17).
Canaã - Uma área de território incluindo o atual Líbano e Israel. Os cananeus governavam a terra, particularmente as férteis planícies, com um sofisticado sistema de cidades-estados. Suas crenças religiosas centraram-se no poder da Natureza, e na fertilidade de todos os seres vivos. Na forma religiosa de pensar os cananeus contavam o ciclo das estações anuais e das forças da água, do sol, da chuva e do vento. Havia quatro deuses principais: Anat era o criador e defensor da família/povo; A deusa Asherah personificava a fertilidade de todas as criaturas femininas; Baal controlava a água na terra, na chuva e nos rios; E o deus El era a fonte da lei e da autoridade.
Cananeus: Descendiam de Cam, filho de Noé, e no sentido mais amplo abrangia todos os povos que não eram israelitas. Viviam entre vales e costas ocupando um ponto estratégico econômico-militar, pois era passagem para as rotas comerciais e para os avanços dos grandes impérios.
Cânon: a palavra grega (Kanon) que veio a significar "regra" "medida". No desenvolvimento da literatura bíblico passou a identificar o conjunto ou coleção de literatura que foram aceitos como regra de fé e prática, tanto no judaísmo quanto no cristianismo. Somente os livros contidos no cânon passaram a ter autoridade espiritual.       
Cânon Muratori: é o documento mais antigo que faz referência aos livros canônicos do Novo Testamento, elaborado po volta do ano 150 d.C. e descoberto no sec. XVIII pelo italiano Ludovico Antonio Muratori, a razão de sua denominação. Por meio deste documento podemos saber: quais livros eram aceitos e lidos pela igreja; os livros que eram parcialmente aceitos e lidos; os livros que eram lidos apenas particularmente e os livros que foram rejeitados.
Concubina - Uma esposa secundária, com proteção legal, mas sem o status pleno de esposa primária. Uma concubina costumava vir ao seu marido sem dote, ou era uma mulher que anteriormente fora escrava. Seu status aumentava se gerasse um filho do marido. Foi o que aconteceu com Sara e Agar em relação à Abraão.
Clã - Uma associação frouxa de famílias extensas, vivendo na mesma área e tendo antepassados ​​comuns. Nos dias de Abraão, Isaque e Jacó (Genesis) eles e os povos que habitam em Canaã viviam em sistema de clãs. 
Coiné [Koinê]: significa “comum” sendo associado à língua grega falada e escrita no período neotestamentários do grego popular que se diferenciava do grego clássico dos filósofos. Tornou-se rapidamente a língua utilizada em todas as esferas sociais e comerciais em todo território mediterrâneo após as conquistas de Alexandre o Grande. Apesar dos escritores do Novo Testamento ter origem judaica, com exceção de Lucas que era grego, a língua utilizada foi o grego coiné, também chamado de grego helenístico.
Creatio ex Nihilo: frase em latim que significa "criação a partir do nada", com a qual os cristãos primitivos passaram a responder às diversas interpretações sobre a criação do mundo, nos quais se ensinavam que a matéria (mundo) era pré-existente, que foi utilizada por Deus para moldar o mundo. Os interpretes cristãos com base no livro de Gênesis mantiveram o ensino de que Deus trouxe à existência o universo a partir do nada, portanto, antes do mundo existia somente Deus (Sl 33.6,9; Hb 11.3).         
Cuneiforme: escrita em forma de cunhas utilizando-se um estilete (3200 a 2900 a.C.) feitas em placas de argila que depois eram cozidas para conservar seus registros.

  
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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